
Conheça os principais tipos de agricultura patronal no Brasil
A agricultura patronal é um modelo de produção agrícola caracterizado pela presença de trabalhadores, que coordenam e gerenciam as operações agrícolas, geralmente em propriedades de médio e grande porte.
Diferentemente da agricultura familiar, que depende majoritariamente da mão de obra dos próprios familiares, a agricultura patronal emprega trabalhadores assalariados para realizar suas atividades.
Este sistema tem grande relevância no setor agropecuário, especialmente em países como o Brasil, onde desempenha um papel na geração de empregos, na produção de alimentos em larga escala e no comércio internacional de commodities.
Índice de conteúdo
Quais são os tipos de agricultura mais comuns no Brasil?
A vasta extensão territorial do Brasil e as particularidades de suas regiões, resultaram em uma diversidade de métodos agrícolas. Essas práticas variam desde sistemas convencionais até os mais modernos e mecanizados, adaptando-se aos diferentes tipos de cultivos.
Abaixo, destacamos as seis principais formas de cultivo aplicadas no país:
1. Agricultura intensiva
A agricultura intensiva compartilha muitas semelhanças com a moderna, sendo ambas respostas à crescente demanda global por alimentos durante o século XX.
Com o auxílio de máquinas, defensivos agrícolas, fertilizantes e outras tecnologias, esse sistema potencializou a produção em cada metro quadrado da propriedade, aumentando a rentabilidade das atividades.
No entanto, sem uma gestão adequada, pode causar danos ao solo e ao meio ambiente, exigindo cuidados específicos para garantir a sua sustentabilidade.
Entre as principais características desse sistema de produção, destacam-se:
- Rotação de cultivos ao longo do tempo;
- Dependência de profissionais capacitados para operar e manter os equipamentos;
- Foco na produção externa para mercados internacionais;
- Emprego de sementes geneticamente modificadas.
2. Agricultura extensiva
Também conhecida como tradicional, a agricultura extensiva utiliza métodos simples e pouco mecanizados, com investimentos mínimos em tecnologia. Como resultado, a produtividade costuma ser baixa.
Esse modelo ainda é usado no Brasil por pequenos agricultores, sendo frequentemente destinado à subsistência ou ao abastecimento de mercados locais.
A agricultura extensiva também se destaca por apresentar as seguintes características:
- Investimento financeiro limitado;
- Esquecer recursos destinados a melhorias;
- Emprego de mão de obra com baixa qualificação técnica;
- Utilização de arados movidos por tração animal;
- Aplicação de sementes sem processos de seleção.
3. Agricultura familiar
A agricultura familiar envolve o trabalho de membros de uma mesma família no cultivo da terra. Embora tenha um papel importante na subsistência, também é responsável por grande parte do abastecimento interno de alimentos no Brasil.
Diversas políticas públicas foram renovadas para apoiar essa modalidade, oferecendo apoio técnico e financeiro aos agricultores familiares.
A agricultura familiar também se diferencia pelas seguintes particularidades:
- Alta variedade na produção;
- Uso limitado de insumos agrícolas;
- Limitada à adoção de tecnologias avançadas.
4. Agricultura orgânica
A agricultura orgânica combina preocupações ambientais e nutricionais. Esse modelo prioriza o uso de insumos naturais e reduz ao máximo o uso de produtos químicos, como fertilizantes e defensivos.
Aspectos importantes da agricultura orgânica incluem:
- Gestão eficiente e consciente dos recursos hídricos;
- Preservação e manejo sustentável de vegetação natural;
- Aplicação exclusiva de métodos biológicos para controle de pragas;
- Emprego de fertilizantes naturais e compostagem;
- Adoção de adubação verde para enriquecer o solo;
- Produção com volumes menores;
- Exclusão do uso de sementes geneticamente modificadas.
4. Permacultura
A permacultura, que significa “cultura permanente”, é uma abordagem baseada em soluções sustentáveis. Esse método considera o equilíbrio ecológico e adota práticas que promovem o uso racional dos recursos naturais.
As principais características incluem:
- Ações voltadas para a preservação ambiental;
- Uso consciente e eficiente dos recursos naturais;
- Planejamento e implementação de atividades humanas sustentáveis;
- Avaliação detalhada de todas as funções do sistema.
6. Agricultura comercial
Voltada principalmente para exportação, a agricultura comercial é caracterizada pela monocultura em grandes áreas de terra. Esse modelo depende de alta mecanização, mão de obra desenvolvida e tecnologias avançadas.
Além disso, apresenta uma elevada produtividade, aproveitamento eficiente de recursos e uso intensivo de defensivos e fertilizantes.
Além dessas características, a agricultura comercial também apresenta:
- Alta produtividade;
- Grande aproveitamento de recursos e de terra;
- Utilização de fertilizantes e defensivos agrícolas;
7. Agricultura patronal
Diferentemente da agricultura familiar, a patronal (ou empresarial) é voltada para atender o mercado interno e externo. Esse modelo utiliza altos investimentos em tecnologia, insumos, mão de obra especializada e gestão eficiente das atividades.
Comumente aplicado em médias e grandes propriedades, ele é projetado para potencializar a produtividade e garantir a rentabilidade do negócio.
Características da agricultura patronal:
1. Estrutura organizacional
A agricultura patronal é estruturada como uma empresa, com divisões específicas para gestão de pessoas, finanças e operações agrícolas. Essa abordagem empresarial permite maior eficiência no planejamento e execução das atividades.
2. Mão de obra assalariada
Esse modelo depende do emprego de trabalhadores rurais, que podem atuar em diversas funções, desde o plantio e colheita até o manejo de maquinário agrícola. Em muitos casos, a relação de trabalho é regida por leis específicas, como a CLT.
3. Uso de tecnologia
A agricultura patronal geralmente possui maior capacidade de investimento em tecnologias, como maquinário moderno, sistemas de supervisão avançados e softwares de gestão. Isso tornará mais produtivo e competitivo os mercados nacionais e internacionais.
4. Produção em larga escala
É voltado para alta produtividade, com foco na produção de commodities como soja, milho, algodão e café, muitas vezes voltado para exportação.
Impactos econômicos e sociais da agricultura patronal
Geração de empregos
A agricultura patronal é importante na criação de empregos no meio rural, contribuindo para a transferência da economia local e regional.
Contribuição para o PIB (Produto Interno Bruto)
No Brasil, o agronegócio, do qual a agricultura patronal é uma parte significativa, representa uma parcela expressiva do PIB, destacando-se como um dos pilares da economia nacional.
Exportações
A agricultura patronal é responsável por grande parte das exportações agrícolas, fortalecendo a balança comercial e garantindo o abastecimento de mercados globais.
Agricultura patronal e o futuro do agronegócio
Com o avanço da tecnologia e a pressão pela sustentabilidade, a agricultura patronal está em constante evolução. A adoção de soluções inovadoras, como agricultura de soluções e sistemas de gestão integrados, tem permitido que esse modelo se torne mais eficiente e responsável.
Além disso, a integração com cadeias produtivas globais exige que os produtores mantenham padrões elevados de qualidade e sustentabilidade, adaptando-se às novas regulamentações e demandas dos consumidores.
Conclusão
A agricultura patronal é um pilar essencial do agronegócio, contribuindo para a economia e o abastecimento de alimentos. No entanto, enfrentam desafios relacionados com a sustentabilidade, questões sociais e volatilidade dos mercados.
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Assistente de Marketing na Connectere Agrogestão. Atuo com Marketing Digital desde 2020 e atualmente sou responsável pela redação de artigos na Connectere.