Sorgo: Saiba tudo sobre uns dos cereais mais cultivados do mundo 

O sorgo, pertencente à família Poaceae, é uma planta cultivada há milhares de anos e desempenha um papel importante na alimentação humana e animal. 

Com uma ampla variedade de espécies, o sorgo é cultivado em diferentes partes do mundo, fornecendo uma fonte versátil de alimentos e matérias primas. 

Neste artigo, vamos explorar para que serve o sorgo,as diferenças do tipo de sorgo, como plantar, as principais doenças e como combatê-la

O que é sorgo e para que serve? 

O  sorgo é considerado o quinto cereal mais produzido no mundo, com produção expressiva em território brasileiro. Isso deve a sua adaptação a diversos ambientes como secas e solos pobres, permitindo seu desenvolvimento mesmo em condições desfavoráveis. 

A maior parte da produção desse cereal é direcionada à fabricação de rações para bovinos, assim como para silagem, forragem e cobertura do solo. O sorgo forrageiro é uma fonte valiosa de alimento para o gado, aves e outros animais de criação

No entanto, a sua presença nas mesas das pessoas tem crescido, pelas suas diversas propriedades nutricionais. Além dos grãos, o sorgo é utilizado na produção de xarope de sorgo, que é uma alternativa natural ao açúcar. Alguns produtos de panificação, como pães e bolos, também podem conter farinha de sorgo.

Além disso, o sorgo sacarino pode ser uma alternativa sustentável na produção de biocombustíveis. O caule do sorgo é utilizado na produção de fibras, que podem ser empregados na fabricação de papel, materiais de construção e até mesmo bioplásticos.

Além de suas características nutricionais, o sorgo se destaca por seu custo acessível e pela capacidade de substituir o trigo em certos alimentos. O sorgo também se mostra adequado para o consumo por parte de celíacos e indivíduos intolerantes ao trigo.

Diferentes tipos de sorgo

Existem cinco categorias distintas de sorgo, cada uma com características e utilizações específicas:

Sorgo granífero

O sorgo granífero apresenta uma estatura baixa. Com aproximadamente 1.70 cm de altura, as plantas têm uma panícula pequena e compacta crescendo na extremidade superior da planta. 

Dentre os tipos de sorgo, o granífero é o que tem maior expressão econômica. 

Sorgo biomassa 

Podendo ultrapassar 5 metros, o sorgo biomassa é amplamente utilizado na geração de energia, coleta ao eucalipto e à cana-de-açúcar. 

Suas plantas crescem rapidamente, apresentando um alto potencial de produção. A propagação por sementes facilita a implantação das máquinas, e o processo é totalmente mecanizado.

Sorgo forrageiro 

O sorgo forrageiro pode ser utilizado para pastejo e corte verde na alimentação animal. 

Com plantas de grande porte, elevado número de folhas e poucas sementes, algumas cultivares possuem dupla sobra, proporcionando potencial tanto para forragem quanto para produção de grãos.

Sorgo sacarino 

Semelhante à cana-de-açúcar, o sorgo-sacarino é uma alternativa na produção de etanol durante a entressafra de cana-de-açúcar. 

Além disso, pode ser utilizado como forrageiro, contribuindo para a produção de silagem de alta qualidade, impactando positivamente na produtividade animal.

Sorgo vassoura 

A sorgo-vassoura se destaca por sua inflorescência com fibras longas, utilizada na fabricação de vassouras, também conhecida como vassouras melga ou caipira. 

Além de ser uma opção ecológica, esse tipo de sorgo é frequentemente cultivado por produtores que complementam a renda familiar por meio da produção artesanal de vassouras. 

Embora o solo, o plantio e os cuidados culturais possam ser mecanizados, a colheita e a limpeza das panículas são feitas manualmente, especialmente com mão de obra.

Como plantar sorgo?

Época de Plantio

A escolha da época de plantio do sorgo depende do tipo de cultivo, sendo importante diferenciar  entre verão e safrinha. Para o plantio de verão, a semeadura ocorre no início do período chuvoso, enquanto na safrinha, a prática é realizada logo após a colheita da safra principal.

Clima

Como referência, o sorgo demonstra tolerância à seca devido ao seu sistema radicular profundo e ramificado, o que resulta em eficiência na extração de água do solo. No decorrer do ciclo de vida da cultura, a exigência hídrica varia entre 450 a 500 mm. O déficit hídrico pode impactar os níveis do crescimento da cultura. 

Além disso, a cultura revela resistência a temperaturas elevadas, diferenciando-se de outros cereais, adaptando-se bem a ambientes áridos e com chuvas escassas.

Preparação do solo

Garantir um contato eficaz da semente do solo com o solo é importante para obter uma germinação e emergência uniformes. Em sistemas tradicionais de plantio, a gradação é fundamental para quebrar torrões do solo. 

O planejamento direto oferece vantagens, visto que gira apenas uma parte do solo, protegendo o restante com palhada.

Profundidade de plantio

Devido ao tamanho pequeno da semente, o plantio do sorgo deve ser superficial, variando entre 3 a 5 cm de profundidade.

Adubação e Nutrição

A adubação deve ser baseada na análise de uma prévia do solo antes do cultivo. Nitrogênio e potássio são essenciais para o desenvolvimento do sorgo, aliados a cálcio, magnésio e fósforo. 

A incorporação de restos culturais contribui para devolver ao solo nutrientes presentes na palhada, como potássio, cálcio e magnésio. 

Mesmo ao manter a palhada, é necessário relatar os nutrientes nos cultivos subsequentes.

Colheita

A colheita varia de acordo com a cultivar e a específica. Para a colheita de grãos, o sorgo deve ter entre 14% a 17% de umidade para secagem artificial ou 12% a 13% para secagem natural. 

O sorgo granífero, a colheita pode ser realizada assim que os grãos atinjam a maturidade fisiológica, evidenciada pela formação de uma camada escura na região de inserção do grão na gluma.

Para o sorgo destinado à produção de silagem, é aconselhável realizar a colheita quando as plantas atingirem, pelo menos, 30% de matéria seca.

A altura da planta é um indicador relevante, especialmente para uso como cobertura morta, onde a colheita é recomendada quando atinge aproximadamente 150 cm de altura.

No caso do sorgo forrageiro, é possível disponibilizá-lo para os animais entre 30 a 40 dias após a semeadura. É importante ressaltar que as plantas jovens de sorgo não devem ser ingeridas pelos animais devido aos níveis tóxicos de ácido cianídrico que apresentam.

Principais pragas do sorgo

Os danos provocados por pragas podem resultar na redução da produtividade e qualidade do produto final. Algumas espécies de insetos-praga têm potencial destrutivo elevado, capazes de comprometer campos inteiros de cultivo.

Entre as principais pragas que causam prejuízos ao planejamento de sorgo, destacam-se:

• Broca-da-cana-de-açúcar;
• Mosca-do-sorgo; 
• Lagarta-elasmo; 
• Lagarta-do-cartucho;
• Pulgão-do-milho;
• Pulgão-verde. 

As doenças também representam uma ameaça à produtividade, elevando os custos de produção. As principais doenças incluem:

• Antracnose;
• Ferrugem; 
• Helmintosporiose; 
• Míldio; 
• Podridão seca do colmo; 
• Doença açucarada do sorgo ou Ergot. 

Para evitar isso, é preciso ter em mãos uma ferramenta capaz de registrar todos os setores e insumos necessários para controlar o surgimento desses problemas em sua produção de forma automática e segura.

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