O café é uma das commodities agrícolas mais importantes do mundo, sustentando a economia de muitos países e fornecendo sustento para milhões de agricultores. 

Originário da Etiópia, o cultivo de café se expandiu globalmente, tornando-se uma cultura vital em regiões tropicais da América Latina, África e Ásia.

Este artigo explora o cultivo do café, seu impacto econômico, diferença entre as espécies  Coffea arabica e Coffea canephora e as melhores práticas  de plantio.

A Importância do café 

O Brasil se destaca como o maior produtor de café no mundo, conforme dados da Organização Internacional do Café, superando países como Vietnã, Colômbia, Indonésia, Honduras, Etiópia, Índia, Uganda, Peru e México. 

O Brasil é o principal exportador de café, tornando essa atividade importante para a economia nacional.O setor de café é uma importante fonte de renda para inúmeros municípios e gera muitos empregos no país.

Desde a sua introdução no Brasil em 1727, o café tornou-se uma das maiores fontes de riqueza e um produto vital na história do país. Atualmente, continua sendo uma importante fonte de divisas, com uma geração anual de aproximadamente US$ 2 bilhões e a exportação de 26 milhões de sacas, representando mais de 2% do valor total das exportações brasileiras e mais de um terço da produção global. 

O mercado de café está em constante crescimento, movimentando cerca de 91 bilhões de dólares mundialmente com a comercialização de 115 milhões de sacas, envolvendo aproximadamente meio bilhão de pessoas em toda a cadeia produtiva, da produção ao consumo final.

O cultivo do café tem um papel importante no desenvolvimento rural, proporcionando meios de subsistência para pequenas comunidades agrícolas. Em muitas regiões, a agricultura do café é uma atividade familiar, passando de geração em geração.

Os estados que mais se destacam na produção de café são:

• Minas Gerais
• Espírito Santo
• São Paulo
• Bahia
• Rondônia

Diferença entre a espécies Coffea arabica e Coffea canephora

As espécies arábica e canephora são diferentes, apresentando assim particularidades em cada uma delas. Essas diferenças influenciam tanto a maneira como cada espécie é cultivada quanto suas características de sabor, tornando cada uma adequada para diferentes tipos de cafés e preferências dos consumidores.

Fonte:Google imagens. (Grãos das espécies Coffea arabica e Coffea canephora ou robusta.) 

Diferença das espécies 

Coffea arabica

• Origem: Nativa das regiões montanhosas da Etiópia;
• Clima: Prefere climas mais frios e é sensível ao calor extremo e geadas, entre (18° – 22° C);
• Sabor: Conhecida por seu sabor suave e aromático, com notas de acidez balanceada e complexidade de sabores;
• Teor de cafeína: Contém menos cafeína em comparação com a Coffea canephora.
• Forma dos grãos: Os grãos são mais alongados e possuem uma fenda central curva;
• Produção: É responsável por cerca de 60-70% da produção mundial de café;
• Rendimento: Menor produtividade por planta e mais suscetível a pragas e doenças, o que a torna mais cara de produzir.

Coffea canephora (Robusta)

• Origem: Nativa das regiões da África ocidental e central, especialmente na bacia do Congo;
• Altitude de cultivo: Cultivada em altitudes mais baixas, geralmente abaixo de 600 metros;
• Clima: Resistente a climas quentes e úmidos, tolerando melhor o calor, entre (23° – 26° C), resistindo a doenças e pragas;
• Sabor: O sabor te dará um sabor mais forte e amargo, com um corpo mais encorpado e menor acidez;
• Teor de cafeína: Contém aproximadamente o dobro da cafeína em comparação com a Coffea arabica;
• Forma dos grãos: Os grãos são mais arredondados e têm uma fenda central reta.
• Produção: Representa cerca de 30-40% da produção mundial de café;
• Rendimento: Mais alta produtividade por planta e maior resistência a pragas e doenças, tornando-a mais barata de produzir.

Cultivo do Café

O cultivo do café envolve várias etapas, desde o plantio até a colheita e processamento

Plantio

O café é cultivado em regiões tropicais, em altitudes que variam entre 600 e 2000 metros acima do nível do mar para o Coffea arabica, e em altitudes mais baixas para o Coffea canephora. O solo deve ser bem drenado e rico em matéria orgânica. As mudas são geralmente plantadas no início da estação chuvosa para garantir um bom desenvolvimento inicial.

Crescimento e Manutenção

As plantas de café começam a produzir frutos aproximadamente de 3 a 4 anos após o plantio. Durante este período, é essencial realizar práticas de manejo como poda, controle de pragas e doenças, e fertilização. A poda ajuda a manter a saúde da planta e a produtividade, enquanto o controle de pragas e doenças é importante para evitar perdas na produção.

Colheita

A colheita do café pode ser feita manualmente ou por meio de máquinas. A colheita manual é mais comum e permite a seleção de frutos maduros, garantindo uma qualidade superior. 

O tempo de colheita varia dependendo da região, mas geralmente ocorre uma vez por ano, durante a estação seca.

Processamento

Após a colheita, os frutos do café passam por processos de beneficiamento que podem ser via úmida ou via seca. Na via úmida, os frutos são lavados e fermentados para remover a polpa antes de serem secos. Na via seca, os frutos são secos inteiros ao sol antes de serem descascados. Ambas as técnicas têm impacto direto na qualidade e sabor do café.

FUNCAFÉ

O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) é um recurso fundamental para o setor cafeeiro, estabelecido pelo Decreto-Lei nº 2.295/86 e estruturado pelo Decreto nº 94.874/87. 

Este fundo tem como objetivo promover pesquisas, incentivar a produtividade e produção, qualificar a mão de obra, além de realizar publicidade e promoção dos cafés brasileiros. O Funcafé também oferece linhas de crédito para financiamento de custeio, estocagem, aquisição de café e capital de giro para cooperativas, indústrias de torrefação solúvel e exportadores, fortalecendo a competitividade do setor.

Para a safra de 2018, o Funcafé disponibilizou R$ 4,9 bilhões em linhas de crédito para diversas finalidades, incluindo custeio, estocagem da produção, aquisição de café, capital de giro para indústrias de torrefação e solúvel, cooperativas de produção e recuperação de cafezais danificados. Anualmente, essas linhas de crédito beneficiam cerca de 8.000 produtores e cooperativas, demonstrando a importância do Funcafé para o setor cafeeiro no Brasil.

Estratégias para potencializar a sua produtividade de café

Conheça a área de cultivo 

Antes de iniciar o plantio, é importante ter um conhecimento aprofundado da área destinada ao cultivo. 

Realize uma análise completa do solo para identificar micro e macro nutrientes essenciais. Assim, você garante que seu planejamento do cultivo seja eficaz.

Planejamento do cultivo

Escolha cultivar e a espécie de café com base em sua resistência a pragas e doenças, e utilize mudas saudáveis de fornecedores confiáveis. Faça a adubação adequada conforme as recomendações da análise do solo.

Monitore a Lavoura 

Após a implantação, monitore constantemente a lavoura para detectar a presença de pragas e doenças. Adote medidas de controle quando os níveis de pragas ou doenças ultrapassarem o limiar de dano econômico. 

Fique de olho nas pragas

Durante a fase da florada, redobre os cuidados com pragas e doenças e mantenha uma boa nutrição das plantas. Em lavouras bem nutridas, a taxa de fixação das flores é maior. Utilize inseticidas específicos para pragas-alvo e seletivos para inimigos naturais.

Você também pode utilizar tecnologia para monitoramento, como softwares de gestão agrícola que permitem um manejo integrado de pragas (MIP) mais eficiente, gerando relatórios e ajudando a reduzir os custos com defensivos.

É preciso ter em mãos uma ferramenta capaz de registrar todos os setores e insumos necessários para controlar o surgimento de pragas em sua produção de forma automática e segura.

O Software do +Gestão faz o seu gerenciamento completo desde e cuida de toda a sua produção de forma intuitiva e prática.

Além disso, temos um sistema de Manejo Integrado de Pragas (MIP) da Farmbox . Por meio do MIP, os pragueiros da sua produção podem analisar o surgimento de pragas ainda nos estágios iniciais, mapear quais áreas foram afetadas e enviar um relatório para o profissional agrônomo responsável pela fazenda.

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