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Cana-de-Açúcar: Entenda a sua história, cultivo e impactos na agricultura brasileira
A cana-de-açúcar é uma das plantas mais importantes cultivadas em todo o mundo, com uma história rica que vem há milhares de anos.
Neste artigo, exploraremos a história da cana-de-açúcar, seu cultivo, usos modernos e os impactos associados a essa cultura tão significativa.
Índice de conteúdo
O que é cana-de-açúcar?
Cana-de-açúcar é um grupo de espécies de gramíneas perenes altas do gênero Saccharum, tribo Andropogoneae, nativas das regiões tropicais do sul da Ásia e da Melanésia e utilizadas principalmente na produção de açúcar, álcool e etanol.
A cana-de-açúcar também é usada na alimentação do gado e como ingrediente em produtos alimentares, como a rapadura. Os resíduos da indústria canavieira são reaproveitados como adubo, fertilizantes e biomassa na produção de biogás.
A planta apresenta um caule fino coberto por folhas longas e verdes, concentrando o maior teor de açúcar. Sua altura varia de 2 a 6 metros, dependendo da exposição solar diária.
A cana-de açúcar se desenvolve melhor em climas com estações bem definidas, onde uma é mais quente e a outra úmida. A estação mais fria e seca é importante para o amadurecimento da planta, resultando na concentração de sacarose nos caules. Por essa razão, os climas tropicais são ideais para o seu cultivo.
As mudas são plantadas em fileiras e crescem cerca de 12 a 18 meses antes da colheita. Após a colheita, a cana é processada para extrair o açúcar.
História e origem da cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) é nativa do Sudeste Asiático e foi domesticada pela primeira vez na Nova Guiné. Sua história é de mais de 8.000 anos, quando povos indígenas encontraram suas propriedades doces e resultaram a cultivá-la.
Desde então, a cana-de-açúcar é fornecida por todo o mundo, sendo introduzida na Índia, China, Oriente Médio e, eventualmente, nas Américas por colonizadores europeus.
Atualmente, os maiores cultivos de cana-de-açúcar do país estão concentrados na região Sudeste. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os principais responsáveis pela produção.
A planta foi introduzida nas Américas por volta do século XV por comerciantes portugueses, visto que Portugal era um ponto central nas rotas comerciais.
O açúcar tornou-se o principal produto e o mais lucrativo durante mais de 400 anos de colonização das Américas.
No entanto, no Brasil, foram encontradas condições muito favoráveis para o cultivo, como um clima adequado, solos férteis e planos, além da disponibilidade de mão de obra escrava e indígena.
Como resultado, os cultivos de cana-de-açúcar se expandiram por todo o território brasileiro, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste.
Somente por volta do século XX é que os engenhos começaram a ser industrializados e substituídos por usinas de açúcar e álcool.
Na safra de 2020/2021, o país produziu mais de 654 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, aproximadamente 41 milhões de toneladas de açúcar e quase 30 bilhões de litros de etanol.
Produtos derivados da cana de açúcar
O produto mais conhecido obtido da cana-de-açúcar é o açúcar. Contudo, a cana-de-açúcar também é responsável pela produção de etanol.
Além disso, os subprodutos da cana-de-açúcar, como o bagaço e a palha, são aproveitados na geração de energia elétrica.
Após a colheita, a planta passa por diversas etapas, incluindo:
- Moagem para extrair o açúcar líquido (caldo de cana);
- Processo de fervura para remover o excesso de água.
Além do açúcar e do álcool, que são os principais produtos derivados, também é possível fabricar outros itens, como a cera.
A cera é obtida a partir da extração do bagaço filtrado, um resíduo da planta que pode ser utilizado como alternativa às ceras de origem animal e sintética.
Este produto possui propriedades interessantes e pode ser empregado em:
- Produtos de limpeza;
- Cosméticos;
- Indústria farmacêutica.
Dentre os outros produtos derivados da cana-de-açúcar, encontram-se bebidas (como caldo de cana, garapa e bebidas alcoólicas), açúcar mascavo, melado e rapadura.
Como é o ciclo da cana?
O ciclo de desenvolvimento da cana-de-açúcar é caracterizado por quatro fases:
Brotação e emergência
Durante esta fase, o broto emerge das folhas da gema e as raízes começam a se formar. A emergência do broto ocorre aproximadamente de 20 a 30 dias após o plantio. Esta etapa é crucial e influenciada pela qualidade da muda, ambiente, época e manejo do plantio.
Também é neste estágio que ocorre o enraizamento inicial, seguido pelo surgimento das primeiras folhas.
Perfilhamento
O perfilhamento é o processo pelo qual a planta emite colmos, formando a touceira da cana-de-açúcar. Esse estágio resulta no crescimento de brotos em direção à superfície do solo e na formação da população de colmos a ser colhida.
Crescimento dos colmos
Nesta fase, os colmos crescem e se desenvolvem, acumulando açúcar em sua base. As folhas mais antigas começam a amarelar e secar. O canavial pode atingir uma altura superior a três metros, com a população final de colmos variando de acordo com as condições climáticas e do solo.
Maturação dos colmos
Quando as touceiras alcançam uma altura de aproximadamente dois metros, as folhas localizadas na parte média da planta começam a amarelar e secar, indicando o início do depósito de açúcar. Durante o outono e o inverno, com chuvas e temperaturas mais baixas, o crescimento diminui e a maturação aumenta. O momento da colheita é determinado por vários fatores, incluindo a variedade da cana, a época do plantio e a duração do ciclo, que geralmente é de cerca de seis anos, com cinco cortes.
Ciclo de desenvolvimento da cana-de-açúcar
(Retirado do blog do Prof. Dr. Alexandrius de Moraes).
A cultura dura cerca de 6 anos (com cinco cortes), desde que sejam tomados todos os cuidados no cultivo.
O processo de plantio envolve diversas etapas:
- Remoção da soqueira;
- Subsolagem;
- Calagem;
- Aragem;
- Terraplanagem;
- Sulcamento;
- Adubação;
- Plantio das mudas;
- Cobertura das mudas;
- Aplicação de diversos insumos (herbicidas, fertilizantes, fungicidas, etc.);
- Colheita.
Nos primeiros três meses, a planta inicia seu desenvolvimento, com a chegada da estação seca e do período frio, o crescimento passa a ser reduzido durante cinco meses (abril a agosto), entrando em um estado vegetativo nos sete meses seguintes (setembro a abril), para então amadurecer nos meses subsequentes, até completar 16 a 18 meses.
Plantio durante o inverno
Por meio da aplicação de torta de filtro, que contém aproximadamente 70 a 80% de umidade, no sulco de plantio, é viável realizar o plantio de cana-de-açúcar mesmo durante a estação seca. Essa torta proporciona a umidade necessária para a brotação. Se complementada com fertirrigação utilizando vinhaça, ou outro método de irrigação, o plantio da cana pode ser realizado praticamente durante todo o ano.
Espaçamento e profundidade
O espaçamento adequado também contribui para o aumento da produtividade, pois afeta positivamente a disponibilidade de recursos como luz, água e temperatura, fatores cruciais para o aumento da produção.
O espaçamento entre os sulcos de plantio deve ser ajustado de acordo com a fertilidade do solo e as características da variedade de cana recomendada. Em solos arenosos, é mais indicado utilizar espaçamentos mais estreitos, como 1 metro ou 1,20 metro, para permitir um fechamento rápido da entrelinha, facilitando o controle de plantas invasoras.
Para colheita mecanizada, o espaçamento mínimo deve ser de 1,5 metro para evitar danos às linhas de cana causados pelas rodas das máquinas. Em solos mais férteis, o espaçamento comum é de 1,5 metro..
Existem diferentes padrões de espaçamento, como o uniforme, onde a distância entre os sulcos é constante, e o combinado, que mescla faixas de espaçamento uniforme com faixas de espaçamento alternado, visando facilitar o tráfego.
Um exemplo comum é o espaçamento em formato de “abacaxi”, onde duas linhas de cana são plantadas a uma distância de 0,30 centímetros uma da outra, com espaçamento entre as fileiras de 1,50 metro, totalizando 1,80 metro. Outra técnica é o plantio com sulcos largos, onde os sulcos têm base ampla, permitindo o plantio de mudas para formar uma linha dupla. O espaçamento total também é de 1,80 metro.
Impactos ambientais e sociais
Apesar de sua importância econômica, a produção de cana-de-açúcar também tem impactos no meio ambiente e nas comunidades locais. O cultivo em larga escala pode levar à manipulação do solo, à perda de biodiversidade e à escassez de água.
Quais são as principais pragas dos canaviais?
Os produtores de cana-de-açúcar enfrentam constantemente o desafio de lidar com pragas que podem prejudicar a produtividade da cultura. Conheça quais são para proteger sua lavoura.
Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)
(Retirado do site Koppert)
Esta larva de mariposa pode atacar a cana em qualquer estágio de desenvolvimento, resultando em danos graves à produtividade. Se a infestação ocorrer nas fases iniciais, pode até mesmo levar à morte da planta. Na fase adulta, as larvas causam aberturas nos colmos, reduzindo seu peso e tornando a planta mais suscetível a quebras. Além disso, as galerias feitas pela broca podem levar ao enraizamento aéreo e ao surgimento de fungos, afetando a qualidade e o rendimento do caldo.
Cupim da cana-de-açúcar
(Retirado do site Cursos CP)
Os cupins também representam uma ameaça aos canaviais. Eles atacam as extremidades da planta, especialmente em estágios iniciais, danificando as gemas dos toletes e resultando em falhas no processo de germinação. Mesmo as plantas adultas não estão imunes, sendo atacadas nos primeiros internódios, o que afeta diretamente a produtividade.
Besouro Migdolus fryanus
(Foto retirada do site ABAM)
Na fase larval, ataca o sistema radicular da planta, levando a falhas na brotação das soqueiras. É importante ressaltar que o ciclo larval pode durar até dois anos e as larvas podem ser encontradas a uma profundidade de até 5 metros do solo. Na fase adulta, os besouros atacam as plantas durante suas revoadas.
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![Isabelle Duarte](https://blog.connectere.agr.br/wp-content/uploads/2023/07/IMG_3455-150x150.jpg)
Assistente de Marketing na Connectere Agrogestão. Atuo com Marketing Digital desde 2020 e atualmente sou responsável pela redação de artigos na Connectere.